Durante muitos anos o Carnaval foi um evento que eu tentava evitar. Era sinônimo de tristeza. A idéia de que durante quatro dias tudo era permitido me era imcompreensível. A alegria estampada no rosto dos foliões mais parecia melancolia. Eu via no Carnaval a obrigação de ser feliz. A ditadura da euforia. Como era possível regular algo tão irregulável como a felicidade e o descontrole? Hoje em dia fico desejando que o Carnaval não acabe, como se fosse possível a felicidade daqueles quatro dias infectar todos os outros dias do ano. A instalação é um album de instantâneos cinematográficos no qual evocamos a saudade de estar presente no olho do furacão. Com o desejo de que fosse tudo sempre assim.