SINOPSE
Monique ouviu dizer, e acreditou, que ela só dependeria do seu esforço e talento para ter uma vida melhor que a da sua mãe. No entanto, num Brasil onde as portas parecem se abrir sempre para o mesmo lado, ela logo vai descobrir que virar a mesa é a única maneira de sair vencedora nesse jogo.
APRESENTAÇÃO
A história de Monique se passa em Gravetos, cidade fictícia no interior do Piauí: tradicionalmente rural, sofreu uma urbanização recente e rápida, o que faz do lugarejo uma mistura vertiginosa de passado, presente e futuro. Ao mesmo tempo em que o conservadorismo e o machismo determinam o atraso social, uma minoria de indivíduos empoderados insurgem por uma vida mais digna. Monique vive uma existência cindida. De um lado, seu cotidiano duro, em que divide as concorridas horas do dia entre o curso universitário de veterinária, que banca com dificuldades, e um trabalho como faxineira, que a constrange, de outro, o sonho com um futuro digno, onde exerce sua paixão profissional e vive do fruto do seu trabalho, assim como as profissionais bem sucedidas, de outra classe e raça, que vê exercerem o ofício almejado. Durante uma rodada do tradicional poker na casa de Wilson, um poderoso da cidade, Monique, que está ali a serviço, percebe um dos jogadores roubando. Ao tentar avisar ao patrão, Monique é acusada pelo golpista e se torna o bode expiatório da situação. Se no Brasil nenhum pecado é maior do que o de “não saber o seu lugar”, a partir do momento em que é envolvida numa trama criminosa, Monique vai se ver obrigada a dar um mergulho profundo na realidade de como funcionam no país as instituições da Lei e da Justiça, levando-a a repensar suas prioridades e até mesmo sua moral. Não há lição a se tirar. Não há um país mais justo no final. Na lei da selva brasileira, é matar ou morrer – e Monique não quer ser parte dos que acabam mortos.